terça-feira, 7 de setembro de 2010

O esporte na vida dos deficientes, um exemplo de arte!

  Segundo WINNICK, Joseph (2004) as organizações que trabalham com Atletas que possuem deficiência visual são:
  United States Association for Blind Athlets ou Associação de Atletas Cegos dos Estados Unidos (USABA) ou a International Blind Sports and Recreation Association ou Associação Internacional de esportes para Cegos (IBSA). Estes órgãos têm por finalidade promover competições esportivas para atletas com deficiência visual no mundo Inteiro alem de mudar a atitude tomada em relação aos deficientes visuais.
  Estes são alguns esportes praticados pelos deficientes visuais: Atletismo,
Natação, Goalball, Judô entre outros

 ATLETISMO - As provas do atletismo adaptado podem ser disputadas por atletas com qualquer grau de deficiência visual, pois os mesmo serão distribuídos em classificações b1, b2, b3, tanto na categoria feminina quanto na categoria masculina, competindo entre si nas provas de pista, de campo e na maratona.No atletismo adaptado para atletas deficientes visuais os atletas B1 e B2 possuem por direito de correr em duas raias, unidos por uma guia de 5 a 50 cm, ao atleta-guia. O atleta-guia poderá passar instruções de colocação e posição nas raias para o atleta e estará impedido de dar orientações técnicas e de pronunciar palavras de motivação aos atletas. Nas provas de campo os atletas b1 e b2, também poderão fazer uso do atleta-guia sendo que o mesmo passara instruções de localização de para onde e quando os atletas deverão arremessar ou saltar. Os atletas b3 não possuem o direito de usar o atleta-guia nem em provas de campo nem nas de pista, e o mesmo só poderão correr em uma raia, deferente dos atletas b1 e b2 que poderão correr em duas raias.
  A pontuação será calculada através das tabelas de pontos da IAAF.

 NATAÇÃO - Poucas regras foram adaptadas para a prática de deficientes visuais. Elas se baseiam nas normas da FINA - Federação Internacional de Natação - e as provas disputadas são as mesmas: livre, costas, peito e borboleta, divididas por categorias de classificação oftalmológica B1, B2 e B3, sendo que cada uma disputa entre si. No início da década de 1980 foi introduzido o tapper nas provas para atletas B1 e B2. O tapper nada mais é do que um técnico que fica à beira da piscina segurando um bastão com uma bola de tênis na ponta, que serve para tocar nas costas do atleta para que ele saiba a hora exata da virada.  Para os nadadores B1 é obrigatório o uso de uma venda totalmente opaca.Foi apenas em 1988, nas Paraolimpíadas de Seul, que a natação para deficientes passou a fazer parte do quadro paraolímpico.

 GOALBALL - Esta modalidade foi criada especialmente para os deficientes visuais, ao contrário de outras, que foram adaptadas. O Goalball é um esporte coletivo, onde participam duas equipes de três jogadores, com no máximo, mais três atletas reservas. Competem, na mesma classe, atletas classificados como B1, B2 e B3, segundo as normas de classificação desportiva da International Blind Sports Federation (IBSA), separados nas categorias masculinas e femininas.
  O desenvolvimento do jogo é baseado no uso da percepção auditiva para a detecção da trajetória da bola, que tem guizos, e requer uma boa capacidade de orientação espacial do jogador para saber onde está localizada. Por isso o silêncio absoluto é muito importante para o desenvolvimento da partida.
  O principal objetivo é que cada equipe jogue a bola rasteira para o campo adversário e marque o maior número de gols em dois tempos de 10 minutos jogados. Os três jogadores atacam e defendem.
  O local de competição deve ser um ginásio com uma quadra retangular, dividida em duas metades por uma linha central, com um gol (de 9 metros de largura e 1,3 de altura) em cada extremo. Não é permitido o uso de próteses, óculos ou mesmo lentes de contato. Todo jogador deve usar vendas de pano totalmente opacas (ou óculos opacos de esqui), de modo que aquele que possui visão residual não possa obter vantagem sobre um companheiro totalmente cego.

  JUDÔ - Judô é a única arte marcial dos Jogos Paraolímpicos. Essa modalidade se tornou paraolímpica em Seul, 1988. A estréia das mulheres foi feita em 2004, nos Jogos de Atenas.
Com a filosofia de ética, respeito ao oponente e às regras, o esporte dá ao atleta um grande aperfeiçoamento do equilíbrio estático e dinâmico, fundamentais no cotidiano dos deficientes visuais.Aprender a cair é também muito importante para dar segurança ao judoca. Insegurança gera tensão muscular, o que atrapalha os movimentos.
  As principais competições internacionais são as Paraolimpíadas, Jogos Mundiais da IBSA, Campeonato Mundial, Campeonatos Continentais e a Copa Mundial.
Judocas das três categorias oftalmológicas, B1, B2 e B3, lutam entre si e o atleta cego (B1) é identificado com um círculo vermelho em cada ombro do quimono. As regras são as mesmas da Federação Internacional de Judô - I.J.F., com as seguintes adaptações:
  A luta é interrompida quando os competidores perdem contato;
  Os judocas não são punidos quando saem da área de combate;

ORIENTAÇÕES E PROCEDIMENTOS

  Segundo GHORAYEB, Nabil. (2004) Ao acompanhar o deficiente visual deixe que ele sempre segure em seu braço e não você segurar no braço dele, pois isto trás uma sensação de desconforto para o deficiente.
  Ao se dirigir ao deficiente visual não precisa gritar com ele, basta se dirigir com o tom de voz normal, pois ele é “cego” e não surdo.
  Fornecer instruções básicas para o reconhecimento do ambiente. Usar comunicação verbal e o tato. Usar formação em roda ao aplicar uma atividade para melhor segurança.
Se possível adaptar o local em que será feito a atividade. Evitar a mudança de lugares. Evitar comentários maldosos ou piadas que façam com que o deficiente visual se sinta mal ou constrangido em determinada situação. (Importantíssimo)
   Adaptar matérias para melhor rendimento. Avisar quando chegar perto ou se afastar do aluno. Incentivar o deficiente durante o processo de aprendizagem. Procurar desenvolver o espaço – temporal do portador de deficiência visual. Nunca deixar de perguntar se o deficiente visual quer ajuda. Estimular a integração quando possível.

CONCLUSÃO

  Este Trabalho procurou demonstrar de uma maneira simples e objetiva que o deficiente visual tem totais condições de realizar atividades físicas ou praticar esportes tão bem quanto uma pessoa não deficiente, bastando apenas pequenas modificações no que diz respeito às regras e adaptação dos locais em que as atividades deveram ser realizadas, sendo que o conhecimento do próprio corpo está intimamente vinculado ao desenvolvimento geral do deficiente visual. Portanto podemos dizer que a relação existente entre a deficiência visual e a pratica de atividades físicas e esportivas é justamente a evolução do deficiente visual, enfocando também aspectos como a autoconfiança, o sentimento de mais valia, o sentido de cooperação, o prazer de poder fazer e as interfaces dessas valências afetivas com o seu cotidiano na família, na escola e na sociedade. A atividade física assim cumprirá sua função de importante elemento facilitador no caminhar do deficiente visual rumo à sua emancipação social, possibilitando-lhe condições básicas que o capacitem futuramente a praticar esportes e a superar as barreiras, de diversos tipos e intensidades, que certamente lhe serão impostas durante sua vida.

http://www.midiasport.com.br/artigosDetalhes.php?cd=106

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